Vale a pena destacar alguns detalhes pitorescos do quadro:
- O nome do pintor e a data da conclusão da pintura podem ser vistos em um quadro de avisos pendurado na parede ao fundo do laboratório de anatomia. Rembrandt, para não macular sua bela obra, preferiu não colocar sua assinatura como se faz usualmente.
- O aluno mais próximo do Dr Tulp tem à mão uma folha de papel, na qual imaginava-se que estavam escritos os nomes dos músculos do antebraço que estão sendo mostrados, impressão que se desfaz quando percebe-se que, imediatamente acima do chapéu do Dr. Tulp, há uma pincelada grafando o número 1. Assim, o primeiro nome da lista é o do Dr. Tulp, os outros sete números correspondem ao nome dos alunos presentes na aula.
- A obra contém um erro onde menos se podia esperar: Os músculos flexores superficiais, na pintura, estão nascendo do epicôndilo lateral (aqui, na verdade, originam-se os músculos extensores e supinadores do antebraço.) Os músculos flexores superficiais do antebraço se originam do epicôndilo medial do úmero.
- O corpo dissecado pertencia a Adriaan Adriaans, também conhecido por Aris Kint, um ladrão que havia sido enforcado por roubo.
- Estudiosos da pintura acreditam que o braço esquerdo pintado não é o braço de Aris Kint, mas de um outro cadáver previamente dissecado por Tulp (É bastante perceptível que o antebraço esquerdo é maior que o direito).
- Segundo mostrou o raio X da pintura, inicialmente a mão direita do cadáver não tinha dedos. Rembrandt pintou-a posteriormente com base na mão de outra pessoa (É uma mão delicada, com unhas bem cortadas, nada lembrando a de um ladrão). Considera-se a possibilidade de Aris Kint ter tido a mão cortada quando ainda vivo, pois no século XVII, em algumas situações, havia na Holanda a prática jurídica de se amputar a mão do ladrão como pena prévia à pena capital.
- A Lição de Anatomia do Dr. Tulp está exposta no Museu Mauritshuis, Em Haia, interior da Holanda. A casa onde funciona o Museu pertenceu ao colonizador Maurício de Nassau, e no subsolo encontram-se expostas gravuras de Debret enfocando o Brasil.
REFERÊNCIAS:
BEZERRA, A.J.C.; DIDIO, L.J.A.; PIVA JÚNIOR, L. Dissecation of Rembrandts Anatomy of Dr. Nicolaas Tulp. Arch. Ital. Anat. Embriol., 96(2): 153-164, 1991.
Uma senhora lição de anatomia e arte
ResponderExcluirNo final do texto está escrito "enforcando". Não seria "enfocando". Sensacional este post.mais uma vez, parabéns e obrigado.
ResponderExcluir?? Enfocando?
ExcluirFernando, você tem razão. Não percebi esse erro, fruto da minha grave desatenção. Rs! Já consertado. Muito obrigada!!
ResponderExcluirBoa noite,Renata. Estou precisando de uma pintura em que uma pessoa estivesse lendo um livro ou algo do tipo para fazer um trabalho de escola recriando quadros do Renascimento. Se souber de algum, envie-me urgentemente para o meu e-mail por favor. Obrigado! e-mail: vitorbatista21@hotmail.com
ResponderExcluirParabéns pelo post, muito bom.
ResponderExcluirMuito obrg me ajudou muito ❤
ResponderExcluirGOSTEI demais das explicações...muito interessante ,apesar q não consegui ver as pinceladas com os números...mesmo em precisão de foto...mas a diferença dos braços percebi...inclusive a posição deles.
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