quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Candido Portinari – Intoxicado pela Arte

Candido Torquiato Portinari, prestigiado artista plástico brasileiro, produziu quase cinco mil obras de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão, como O Lavrador de Café, até gigantescos murais, como os painéis Guerra e Paz, presenteados à sede da ONU em Nova York em 1956.
Painéis: "Guerra e Paz". Candido Portinari (1903-1962). Nova Iorque.
Portinari foi diagnosticado com saturnismo devido a uma internação por hemorragia digestiva nove anos antes de sua morte.

Em 1953, Dr. Xavier, seu médico, proibiu-lhe o uso de pigmentos ricos em chumbo, como o amarelo de Nápoles e o branco de prata: Pintura é minha vida. Estou proibido de viver.. , disse Portinari em resposta à recomendação. Seu médico aconselhou-o então a escrever. Portinari passou a escrever versos, ilustrando-os com alguns desenhos e lamentando-se de que seria um ótimo poeta, caso fosse tão talentoso com a caneta, como era com os pincéis.

Recuperando-se da intoxicação, experimentou outras técnicas durante um período. Em seguida, contra as advertências médicas, retomou as pinturas com as tintas tóxicas durante seus últimos dois anos de vida, evoluindo com dores abdominais e hemorragias digestivas, além de prostração e caquexia.

Em 1962 o Palácio Real de Milão convida Portinari para uma exposição com 200 telas. Trabalhando freneticamente, o envenenamento de Portinari toma proporções fatais. Em fevereiro do mesmo ano, Cândido Portinari deixa-nos intoxicado pela arte que o consagrou.