sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Capela Sistina: Estruturas Neuroanatômicas Ocultas em "A Separação da Luz e das Trevas" / Michelangelo Buonarroti

"Em nenhum lugar Deus se mostra mais a mim em sua graça do que em alguma bela forma humana; e só isso amo, pois nisso ele se espelha." Trecho de soneto de Michelangelo.

A SEPARAÇÃO DA LUZ E DAS TREVAS (A cena representa a número I na ordenação feita pelos livros de arte. Nela, com os braços levantados, o Criador afasta as trevas à sua direita a luz à esquerda).

É inquestionável que Michelangelo Buonarroti (1475-1564), por possuir um fascínio intenso pela anatomia humana, realizou inúmeras dissecações de cadáveres.

Em um artigo publicado em 1990, Meshberger argumentou convincentemente que no afresco A Criação de Adão, localizado no teto da capela sistina, Michelangelo ilustrou um cérebro humano.

Apresentamos agora uma outra estrutura neuroanatômica oculta nos afrescos pintados por Michelangelo. Dessa vez, é em A Separação da Luz das Trevas, onde encontramos, embutida no pescoço do Criador, especificamente uma visão ventral do tronco encefálico:


Observar a perfeição com que Michelangelo ocultou as estruturas anatômicas em A Criação de Adão e A Separação da Luz e das Trevas, leva-nos a concluir que o artista possuía um profundo conhecimento da anatomia do cérebro.

LEIA MAIS:

O Anatomista Michelangelo em "A Criação de Adão".

REFERÊNCIAS:
Suk, Ian BSc, BMC; Tamargo, Rafael J. MD, FACS. “Concealed Neuroanatomy in Michelangelo's Separation of Light From Darkness in the Sistine Chapel”. Neurosurgery: May 2010 - Volume 66 - Issue 5 - p 851–861.

2 comentários:

  1. No dejas de sorprenderme, Renata. Desconocía absolutamente el tema que hoy planteas y me ha parecido fascinante.
    Gracias por ofrecer tanto para aprender.
    Un muy cordial saludo.

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  2. Ou talvez ele tenha pensado numa forma de contradizer a igreja de uma maneira que fosse imperceptível que uma pessoa que acreditasse naquele quadro da qual não fosse apresentado pelo pintor, não poderia descobrir a verdade. Eu acredito que nessa pintura ele tenha tentado retratar o exato momento em que nós nos enchemos de luz e de matéria dentro de nós, ou seja, de luz e de sombra

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