Durante o século XVII, os monarcas europeus mantinham anões em sua corte como fonte de diversão. Considerados “raras atrações” nos eventos da realeza, os anões eram comprados e vendidos em toda a Europa. Era costume oferecê-los como presente; em algumas ocasiões, eram eles enfeitados com diversos ornamentos, adornados com jóias e ouro e, assim, apresentavam-se em cerimônias do Estado e nas ocasiões festivas.
A simpatia de Diego Velázquez com os anões da corte é óbvia. Em 1645 ele pintou o Retrato de Sebastián de Morra, registrando na arte a figura de um anão que servia de diversão para o Príncipe Baltazar Carlos na corte espanhola de Felipe IV.
Retrato de um Anão Sentado no Chão, ou O Retrato de Sebastián de Morra (1645). Diego Velázquez (1599-1660). 106x81cm. Museu do Prado (Madrid).
Uma mutação no receptor do fator de crescimento do fibroblasto tipo 3 (FGFR3), é a responsável pela mais freqüente displasia esquelética de membros curtos, a acondroplasia, que altera o crescimento afetando a ossificação endocondral.
As características físicas de Sebastián De Morra – a baixa estatura, os membros curtos com predomínio proximal, macrocefalia, macrocrania com bossa frontal e a depressão da ponte nasal – sugerem fortemente o diagnóstico de nanismo acondroplásico.
Velázquez, que procurava transmitir em suas pinturas não apenas a imagem pictórica, mas também o retrato psicológico das pessoas, pintou De Morra com uma expressão dramática, grave e triste, contrastando com a sua profissão de palhaço. Os punhos cerrados apertados contra a cintura fazem-lhe parecer desafiador, em denúncia do tratamento de si mesmo e dos outros anões. O olhar irritado e intenso de De Morra é suficiente para convencer o telespectador de que ele detestava o seu papel, pois queria ser considerado como o ser humano que era, e não como o brinquedo, como o tribunal queria.
LEIA TAMBÉM:
Cretinismo na Pintura / "O Anão Francisco Lezcano" - Diego Velázquez
REFERÊNCIAS:
1.Adelson, Betty M. The Lives of Dwarfs: Their Journey from Public Curiosity Toward Social Liberation. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press, 2005. 154-161.
2. LIMA, R; SILVA, MC. “Acondroplasia: revisão sobre as características da doença.”. Arq Sanny Pesq Saúde 1(1):83-89, 2008.
Seguir-te é seguir aprendendo sempre.
ResponderExcluirComo disseram aqui em cima:
ResponderExcluir(Seguir-te é seguir aprendendo sempre.)²
♦ pacientesensinam.blogspot.com ♦
Parabéns pelo excelente blog. Gostaria de pedir permissão para colocar um link deste seu blog no meu blog de ecocardiografia, bem como re-post alguns dos seus posts. Obviamente creditando-lhe os méritos.
ResponderExcluirFábio
www.ecobahia-mitoseverdades.blogspot.com
Anunci e Audinne, muito obrigada! Fico feliz por poder contribuir, por pouco que seja, para o aprendizado de vocês!
ResponderExcluirParabéns pelo Blog!
ResponderExcluirObrigada, Rafael!
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