Uma pequena grande obra que revela a peculiar sensibilidade crítica do filósofo francês Voltaire, é o conto O Ingênuo, onde o protagonista é um hurão honesto e sincero, espantado com as ridículas convenções sociais da França do século XVIII.
Com seu estilo literário único, Voltaire se mostra um genial pensador iluminista que nos leva a meditar sobre nossos hábitos, religiões e, não raro, profissões
Em determinado momento, Voltaire ataca os “médicos da moda”, culpando-os pela piora do estado de saúde dos pacientes vítimas de um inadequado exercício da prática médica:
Mandaram chamar um médico da vizinhança. Era um desses que visitam os doentes correndo, que confundem a doença que acabaram de ver com a que estão examinando, que exercem uma cega rotina em uma ciência à qual nem toda a maturidade de um espírito são e prudente poderá tirar seus perigos e incertezas. Agravou o mal com uma precipitação em prescrever um remédio em moda da época. Há modas até na medicina! Essa mania era bastante comum em Paris. [...] Mandaram chamar outro médico. Este, em lugar de ajudar a natureza e deixá-la agir em uma jovem criatura cujos órgãos a induziam para a vida, só se preocupou em contrariar o seu colega. Em dois dias a doença tornou-se fatal. (O Ingênuo - 1767)
O texto acima destaca a importância de valorizar a individualidade de cada paciente. Certamente, o caminho para a cura é o tratamento não somente da doença, mas do doente.
Voltaire es un personaje digno de estudio, aunque nunca me había interesado por él hasta que he leído esta magnífica entrada tuya. Por lo que veo (en una breve visita a Wikipedia) "no dejaba títere con cabeza", ya fueran clérigos, militares, nobles, reyes... o, como bien señalas tú: médicos.
ResponderExcluir¡Tendré que estudiar a Voltaire!
Gracias, Renata, por estimular mi curiosidad.
"Beijos".
Muito boa essa postagem... tudo a ver com o que eu tento reforçar no meu blog: medicina humanística é mais que necessário na nossa prática!
ResponderExcluir♦ http://pacientesensinam.blogspot.com ♦
Gostei do teu blog :)
ResponderExcluirCriei um parecido, sobre cultura psiquátrica (http://fluxodopensamento.wordpress.com). Vou te linkar lá.
S.