Portador de um defeito cardíaco congênito (possivelmente tetralogia de Fallot com dextrocardia), era impedido de sair na tentativa de restringir esforços e viveu isoladamente a maior parte de sua vida, atuando numa obra singular.
Apreciador da arte moderna, concentrou-se em produzir naturezas mortas e autorretratos. Conhecia o trabalho de colegas apenas por reproduções.
Sua saúde deteriorou nas últimas décadas, levando-o a morte prematura em 1940, aos 37 anos.
Em seus autorretratos, notam-se sinais da evolução progressiva da cardiopatia, tais como cianose, pletora e baqueteamento digital:
Dick Ket. Autorretrato. 1932. |
Dick Ket. Autorretrato. 1932 |
Dick Ket. Autorretrato. 1939. |
Numa pintura realizada no início da carreira, apesar da ausência de sinais que sugerem deterioração física, evidencia-se turgencia jugular, sinal da síndrome em fase inicial:
Dick Ket. Autorretrato. 1930. |
REFERÊNCIAS:
1. Emery AEH. Medicine, genetics and art. Proc R Coll Physicians Edinb 1991;21:33-42.
2. Emery AEH, Emery M. Medicine and art: diagnosis and medical treatment. Proc R Coll Physicians Edinb 1992;22:519-42.
3. Emery AEH, Emery M. Medicine and art. In: Walton JN, Lock S. eds. New Oxford medical companion. Oxford: Oxford University Press (in press).