Painéis: "Guerra e Paz". Candido Portinari (1903-1962). Nova Iorque. |
Em 1953, Dr. Xavier, seu médico, proibiu-lhe o uso de pigmentos ricos em chumbo, como o amarelo de Nápoles e o branco de prata: Pintura é minha vida. Estou proibido de viver.. , disse Portinari em resposta à recomendação. Seu médico aconselhou-o então a escrever. Portinari passou a escrever versos, ilustrando-os com alguns desenhos e lamentando-se de que seria um ótimo poeta, caso fosse tão talentoso com a caneta, como era com os pincéis.
Recuperando-se da intoxicação, experimentou outras técnicas durante um período. Em seguida, contra as advertências médicas, retomou as pinturas com as tintas tóxicas durante seus últimos dois anos de vida, evoluindo com dores abdominais e hemorragias digestivas, além de prostração e caquexia.
Em 1962 o Palácio Real de Milão convida Portinari para uma exposição com 200 telas. Trabalhando freneticamente, o envenenamento de Portinari toma proporções fatais. Em fevereiro do mesmo ano, Cândido Portinari deixa-nos intoxicado pela arte que o consagrou.